Vídeos do Evento - 2

Mesa 03

Circulações cotidianas do poder: na sala de aula e na mídia


Quem é o autor da aula que ministro?
Thomas Massao Fairchild
UFPA/ANPGL/GEPPEP

 Discuto a possibilidade de um professor ocupar uma posição de autoria em relação ao que faz na sala de aula e as maneiras pelas quais a autoria do ensino pode ser operacionalizada como elemento da formação de professores, especialmente em nível de graduação. Para tanto, parto de duas concepções de autoria oriundas de teorias do discurso. A primeira diz respeito à noção de “função-autor” elaborada por Foucault, para quem o funcionamento de certos discursos (não todos) é determinado, dentre outras coisas, pela relação entre o que é dito e o nome do autor a quem se atribui o que foi dito. Em linhas gerais, considero, portanto, que a função-autor corresponde a um regime da relação entre enunciado e enunciador. A segunda pauta-se em trabalhos de Possenti, Riolfi e outros, que discutem a autoria do ponto de vista do ato de produção de um discurso e das tomadas de posição do sujeito, neste ato, em relação aos discursos que o antecedem. Considero que, nesta perspectiva, a autoria é entendida como regime da relação entre enunciado e enunciação. Baseando-me na primeira concepção, discuto de que maneiras o professor é tomado como responsável pelo que se realiza em sala de aula, e questiono se há uma função-autor operando sobre os discursos de ensino. Baseando-me na segunda concepção, discuto o que fazem professores de Língua Portuguesa em formação quando são instados a elaborar uma aula, considerando que se trata de um processo de produção de discurso em que as vozes de pelo menos três conjuntos de enunciadores são agenciadas: os que representam o lugar teórico desde o qual a aula é idealizada; os que representam os recortes da língua tomados para estudo; e os que representam a atividade linguística pressuposta aos alunos a quem se destina a aula. Considero que o professor assume uma posição de autoria em relação ao seu ensino na medida em que, no próprio ato de elaborar suas aulas e interpretar os resultados que obtém: a) recupera para si traços da presença constitutiva desses enunciadores em seu próprio lugar de enunciação; b) trabalha para harmonizar suas vozes no discurso que produz; e c) assume a responsabilidade sobre o que veicula como sendo seu próprio ensino.

Do Governo de si e dos outros: discurso, verdade e subjetividade
Pedro Navarro   
UEM 

Minha intervenção nesta mesa-redonda é direcionada a uma reflexão sobre a relação entre discurso, poder e corpo, com base nos estudos da fase genealógica de Michel Foucault e tomando como material de análise discursos da mídia impressa. O objeto teórico de análise recai sobre a subjetivação do sujeito contemporâneo, a qual se manifesta em discursos sobre o corpo moldado pelo saber científico.  Em um primeiro momento, sigo algumas pegadas de Foucault, na tentativa de compreender sujeito e corpo como objetos constituídos no interior de técnicas disciplinares e de controle. Logo após, observo o funcionamento discursivo dos textos sob análise, com a finalidade de compreender o “como do poder”, isto é, o modo como um poder micro põe em circulação um determinado tipo de corpo, esquadrinhado e disciplinado mediante dispositivos que conjugam saber e poder.

Narrativas de confrontos e as relações de poder midiáticas
Vanice Sargentini 
PPGL / LABOR / UFSCar  

Neste apresentação, propomos discutir questões que envolvem o processo de ver e ler imagens, com o objetivo de analisar, por uma abordagem discursiva, como se dá a construção de imagens de confrontos relacionados à população indígena, segundo a perspectiva traçada na mídia de grande circulação. As questões geradoras desta investigação são as seguintes: A imagem é um discurso? A Análise do Discurso possui ferramentas para analisar os textos mistos? Os resultados obtidos nas análises apresentadas mostram que a recorrência e a rarefação de imagens orientam uma determinada leitura e que a intensa circulação de imagens intervém no jogo da produção de sentidos, distribuindo-as de modo rarefeito.

Mesa 04

Análise dos discursos midiáticos no contexto da sociedade midiatizada  

Imprensa e política na Belém do início do século XX: construindo uma memória discursiva
Profa. Netília Silva dos Anjos Seixas   
UFPA


 
 

Transformações da intimidade no casamento gay de Daniela Mercury e Malu Verçosa
em Veja, Época e na Internet
Prof. Sérgio Dayrell Porto 
UNB

 

Corpos trans-formados: Lula, Chavez e Francisco nas gramáticas midiáticas
Prof. Antônio Fasto Neto 
UNISINOS 
 
 
 
Perguntas e respostas

 
 
 
Mesa 05
 
Cartografia de sentidos: Entre o local e o global 
 
Suassuna e Guel em diálogo - O Auto da Compadecida
Profa. Marly Vidal  
USP


 
 
 
Espaços semióticos urbanos:comunicação e semiose no espaço da cidade
Profa. Mirna Feitoza Pereira
UFAM
 
 
 
 
CARTOGRAFIA DE ORALIDADES: Comunicação e Patrimônio  na Amazônia Marajoara
Prof. Agenor Sarraf Pacheco
UFPA