domingo, 28 de abril de 2013

Ponto de Vista - Comunicação e Amazônia

      Na contemporaneidade, a sociedade da informação criou diferentes suportes materiais para estabelecer os cada vez mais velozes processos de comunicação. Hoje, em meio a sociedades complexas, os discursos que circulam nos espaços abertos pelas novas tecnologias convivem com as novas e tradicionais formas de produzir sentidos e ainda não sabemos bem quais serão os efeitos destas transformações.

      Este início de século exibe diferentes possibilidades de mediações, como em nenhum outro momento. Em meio a este mosaico contemporâneo de informação, em que se escreve a história do presente, atualizam-se memórias, recriam-se e se repetem antigos discursos. As sociedades amazônicas são parte integrante deste novo cenário internacional, inseridas nesta nova forma de globalização.

Ivânia Neves
      Atualmente, a Amazônia está no centro das atenções internacionais, muito em função dos debates sobre o meio ambiente e há uma imagem generalista das sociedades amazônicas. Aqui vivem mais de 15 milhões de pessoas, espalhados em grandes e pequenas cidades, em grandes e pequenas propriedades rurais, nas margens dos rios, em terras indígenas, em remanescente de quilombolas. Se por um lado existem grupos indígenas isolados na floresta, sem acesso à eletricidade e aos meios massivos de comunicação, por outro, há grandes metrópoles como Belém e Manaus, com um universo midiático bastante abrangente.

      Muito pouco, no entanto, se produziu de conhecimento acadêmico, em universidades da própria região, sobre a realidade da Amazônia em relação aos processos de mediação. Penso que um dos maiores desafios para os nossos atuais e futuros pesquisadores é conseguir estabelecer parâmetros, sem estereótipos, que marquem um lugar de fala local em diálogo com este mundo globalizado em que vivemos.


Ivânia dos Santos Neves
Jornal "O Comunicado", novembro de 2012

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